O que é diferente nos TRCs e como escolher?

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Escrito por Richard Landim

Embora possam parecer, os Cordões de Referência para Testes (sigla em Inglês TRCs) não são patch-cords, ou seja, cabos de interconexão usados em cabeamento estruturado na conexão ou na área de trabalho para ligação entre equipamentos e tomada de rede. Existem pequenas diferenças entre esses cordões, utilizados para a certificação de sistemas de cabeamento de fibras para os padrões ANSI/TIA, ISO/IEC, ABNT/NBR ou IEEE.

O que é diferente?

Os TRCs são construídos com cabos de referência e finalizados com conectores graduados para referência.

Conectores graduados para referência possuem tolerâncias muito mais apertadas com um diâmetro de núcleo consistente e concentricidade de núcleo/revestimento, – isto é, redondeza -, em todo o cabo. Estes conectores também têm tolerâncias mais estritas que os conectores padrões – segundo as atuais Normas conectores de referência multimodo devem ter uma perda acoplada de ≤ 0.10 dB e conectores de referência monomodo devem ter uma perda acoplada de ≤ 0.20 dB.

Em contrapartida, um padrão regular de cordão pode ter variações no diâmetro do núcleo e na geometria do cabo, com uma perda de conector típica que varia entre 0,20 e 0,5 dB para multimodo e entre 0,3 e 1,0 dB para o monomodo.

O desempenho dos conectores graduados para referência é definido pelos padrões da indústria ANSI / TIA-526-14-C e IEC 61280-4-2 e pela última revisão do padrão ANSI / TIA-568. O padrão 3-D exige limites de teste ainda menores no acoplamento entre os conectores de referência para conectores padrão.

Por que preciso deles?

Quando se trata de testar sistemas de fibra, é importante entender que perda do conector se refere à perda de um par acoplado de conectores – na verdade, é impossível medir um único conector. Então, para testar a perda do primeiro conector, ele deve ser acoplado a um conector de qualidade conhecida semelhante. O conector graduado para referência do TRC não afetará negativamente a medição – independente do conector ao qual esteja acoplado.

Por exemplo, supondo que você esteja instalando conectores LC de baixa perda, que têm uma perda típica de cerca de 0.15 dB. Se você testasse esse conector acoplando-o a um conector que tenha uma perda superior a 0.15, você terá um péssimo resultado. Mais importante ainda, se o conector que você estiver usando para testar tiver uma perda elevada, você poderá ter gastos acima de seu orçamento e falhar no que é realmente uma excelente ligação.

Os TRCs também são necessários para medir a potência de saída do seu testador para que possam ser calibrados com 0dB de perda. Isso é feito ao definir uma referência com o TRC conectado ao testador para levar em conta sua perda. É um processo semelhante a colocar uma tigela em uma escala e depois calibrar a escala para zero para obter uma leitura precisa do peso do que foi colocado na tigela.

Como escolho um TRC?

Em primeiro lugar, é preciso ter certeza de que o TRC escolhido combina com o tipo de cabo e conectores que estão sendo testados. Se o sistema possui conectores LC, o TRC precisar ter um conector LC. Já em um sistema que utiliza fibra multimodo, o TRC precisa ser construído de fibra multimodo. Por fim, se o sistema monomodo utiliza conectores polidos em ângulo, o TRC deve ser monomodo com um conector polido angular.

E enquanto você pensa que pode usar um patch-cord padrão ou fazer seu próprio TRC em campo, lembre-se que a precisão de suas medidas depende da qualidade de seu TRC. Fazer TRCs em campo que atendam às rigorosas tolerâncias necessárias é praticamente impossível e não deve ser tentada. Veja aqui as especificações detalhadas dos TRCs.

Os TRCs também precisam ser mantidos limpos e em boas condições, e testar TRCs deve fazer parte do procedimento operacional padrão. Para garantir que o TRC não tenha degradado seu desempenho é recomendável testá-los antes de cada ciclo de teste ou em intervalos regulares. Testar os TRCs após 288 testes de fibra é uma boa regra geral, mas em ambientes onde a poeira é um problema, é preciso realizar testes em intervalos mais curtos. Hoje já existem ferramentas no mercado que acompanham o processo de teste e gravação de valores dos TRC. Verificar os TRCs é a melhor maneira de garantir resultados previsíveis e precisos, além de saber que, quando um link falhar, o problema não foi causado por um TRC ruim.

Richard Landim é Especialista de Produtos da Fluke Networks Brasil, líder mundial no fornecimento de soluções de teste de rede e monitoramento.